A paralisação dos funcionários pode afetar a próxima reunião do Comitê de Política Monetária
O mercado financeiro está vivendo o chamado “apagão de dados” do Banco Central, que deixou de publicar indicadores e projeções por causa da greve dos servidores. A próxima reunião do Comitê de Política Monetária, previsto para o começo de maio, também pode ter sua preparação afetada pelo movimento dos funcionários do órgão.
As decisões do Comitê são embasadas em apresentações técnicas do corpo de funcionários do BC, que tratam da evolução e de perspectivas das economias brasileira e mundial, das condições de liquidez e do comportamento dos mercados. Sem o trabalho dos analistas do Banco Central, fica inviável as reuniões acontecerem.
O Sindicato dos Funcionários do BC afirmou que a lista de serviços essenciais – que não podem ser interrompidos durante a greve – ainda está em negociação e que a categoria não aceita que as atividades preparatórias para o Comitê estejam entre elas. A greve, que foi iniciada no dia 1.º de abril e tem prazo indeterminado, acontece porque funcionários exigem um reajuste salarial de 26,6%. Um analista do BC ganha, em média, R$ 26,3 mil mensais.
Em nota, o BC afirmou que “a produção das apresentações de conjuntura para o Comitê é atividade essencial e, portanto, deve ser realizada durante a greve”.