Dados divulgados pelo IBGE nesta quinta-feira mostram que o Produto Interno Bruto (PIB) avançou 1% no primeiro trimestre de 2022 em comparação com o quarto trimestre do ano passado. O crescimento é menor do que o esperado pelo mercado. Economistas previam alta de 1,2%, impulsionada pelo processo de reabertura da economia brasileira que se recupera após dois anos de pandemia de Covid-19.
O desempenho do primeiro trimestre de 2022 foi puxado setor de serviços, que representa 70% do PIB e que foi duramente afetado durante os períodos de maiores restrição em função da Covid. Os serviços prestados às famílias, como alojamento e alimentação, tiveram bom desempenho, assim como o segmento de transportes, impulsionados pelo aumento do e-commerce no país. Com mais compras on-line, maior a demanda pelo transporte de cargas.
A agropecuária, que puxou crescimento em outros trimestres, recuou 0,9% e a indústria ficou estável, com expansão de apenas 0,1%. A queda da pecuária foi impactada principalmente pela estiagem no Sul, que causou a diminuição na estimativa da produção de soja, a maior cultura da lavoura brasileira, destacou Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.
Comparação com o 1º trimestre de 2021
Frente ao primeiro trimestre do ano passado, a queda da agropecuária foi significativa. Recuou 8% nessa comparação, resultado que pode ser explicado pela diminuição na estimativa da produção de algumas culturas cujas safras são importantes no primeiro trimestre, como a soja e o arroz.
A Indústria também teve queda de 1,5%, com recuo na extração de minério e de fabricação de máquinas e aparelhos elétricos, entre outros. Novamente, serviços foram o único setor a crescer, com avanço de 3,7%, puxado pelas atividades presenciais, que subiram 12,6%. Investimentos despencaram 7,2%, enquanto o consumo as famílias avançou 2,2%.