O preço das passagens aéreas no Brasil disparou em um ano. A inflação acumulada dos bilhetes nos últimos 12 meses foi de 122,4%, segundo o IBGE. A média geral da inflação no mesmo período foi de 11,89%. As empresas áreas dizem que houve aumento de custos e muita procura de passageiros no pós-pandemia.
Entre os itens que compõem a passagem, o principal é o combustível, no caso, o querosene de aviação. Segundo a Associação Brasileira das Empresas Aéreas, o combustível compõe cerca de 40% do valor de um bilhete aéreo no Brasil, enquanto a média mundial gira em torno de 20% a 24%.
O querosene de aviação acumulou alta de 70,6% em 2022. Em 2021, a alta registrada foi de 91,9% em comparação com o ano anterior, de acordo com dados disponibilizados pela Anac.
Outros dois fatores permanentes contribuem para a alta do custo da passagem no Brasil: o ICMS e a judicialização. O imposto estadual sobre os combustíveis é uma prática que ocorre apenas em voos nacionais. Um voo de São Paulo para Recife paga ICMS, mas para Buenos Aires (uma distância similar), não. Isso deixa os voos nacionais mais caros.
A judicialização também interfere negativamente no preço das passagens no país. Dados de 2019, mostram uma ação para cada 1,35 voo operado no Brasil. Já nos EUA, a estatística é de uma ação judicial para cada 7.883 voos.