O mundo pode estar diante de uma batalha judicial épica. Após a retirada da oferta do bilionário Elon Musk para a compra do Twitter, os dois lados vão movimentar processos caros e negociações de alto risco. O empresário poderá ser obrigado a ir até o fim com a aquisição da empresa ou se será autorizado a pagar multa de US$ 1 bilhão e sair do negócio?
O acordo de compra do Twitter
O acordo de compra da rede social permite que o magnata volte atrás na proposta e pague a multa de US$ 1 bilhão apenas em circunstâncias específicas, como se perder o financiamento da dívida. Em contrapartida, o documento também define que caberia ao Twitter apresentar informações demandadas por Musk para completar a transação.
E essa foi a cláusula questionada pelo advogado Mike Ringler, que representa o bilionário. Ele alega que houve violação do acordo porque o Twitter teria omitido informações sobre como identifica contas falsas. Combater os usuários que não são verdadeiros era um dos principais objetivos de Musk com a compra da rede social.
O Twitter sustenta que os números de contas falsas que foram divulgados estão corretos, mas não teria detalhado publicamente como os dados são obtidos porque a rede social usaria informações privadas dos usuários, como o número de telefone, como indicativo da identidade do criador da conta.
Estratégia para baixar preço?
Para especialistas, a insistência de Musk no ponto sobre as contas falsas pode ser uma estratégia para forçar o Twitter a retomar as negociações como forma de reduzir o valor da aquisição. Pesa a favor do dono da Tesla a ausência de outros potenciais compradores, o que torna a sua oferta a melhor opção possível para a rede social.
O “trunfo” do Twitter na negociação é a “cláusula de performance específica”, que dá à empresa o direito de processar Musk e forçá-lo a ir até o fim ou pagar pelo acordo, desde que o financiamento da dívida continue intacto.
Ações do Twitter no mercado financeiro
As ações do Twitter despencaram após a confirmação de que Elon Musk estaria desistindo da compra. O declínio dos ativos da mídia social começou na última quinta-feira (7), quando o ativo encerrou o dia em queda de 3,35%. Nos dias seguintes as ações da plataforma operaram em baixa de 1,52% na bolsa de Nova York.