A pandemia da Covid-19 trouxe muitas mudanças no comportamento dos brasileiros, uma dela é o habito de ir ao cinema. O público parece ter se acostumado a assistir filmes em serviços de streaming, e abriu mão de ver longas-metragens nas telonas.
De acordo com dados da Agência Nacional do Cinema (Ancine), o público vem aumentando de 2020 para cá. No entanto, não chega nem perto da frequência do ano imediatamente anterior à crise sanitária.
Com isso, o setor acumula prejuízos financeiros. No primeiro semestre de 2022, 44,8 milhões de ingressos foram vendidos. Em 2019, no mesmo período, o total era de 88,3 milhões. A renda nominal também está abaixo das expectativas. Este ano, foram arrecadados R$ 873 bilhões, contra R$ 1,44 trilhão no primeiro semestre de 2019.
Cinemas criam assinatura mensal de ingressos com desconto
A rede Cinemark, que representa cerca de 30% do mercado brasileiro de cinemas, com 626 salas espalhadas por 15 estados, lançou em abril o Cinemark Club, um programa de assinatura que oferece descontos, prêmios e ingressos a clientes por meio do pagamento de uma mensalidade. Considerando apenas o valor das entradas, a economia supera 50% em relação ao preço original.
A rede Itaú Cinemas, presente em Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo, conseguiu recuperar apenas 55% do público que teve no primeiro semestre de 2019. Para alavancar as vendas, lançou o vale-cinema, pacote em que o cliente adquire antecipadamente oito ou 16 ingressos, por R$ 15 cada um, válidos por 90 dias na unidade de preferência. Separadamente, o valor empenhado seria capaz de adquirir apenas a metade desses tíquetes.
Iniciativa semelhante foi incorporada pelo Kinoplex, exibidor com 105 anos de história e que possui 271 salas espalhadas em 19 cidades brasileiras. Por meio do Kinopass, passaporte de ingressos exclusivo da rede, cinéfilos podem comprar cinco bilhetes com desconto para qualquer dia e sessão, inclusive para fins de semana e feriados, e ainda ganhar como brinde três meses de assinatura no Amazon Music Unlimited.