As vésperas da eleição, o mercado financeiro vive uma nova fase. O cenário de incertezas na economia fez com que várias empresas brasileiras recomprassem suas próprias ações, ou seja, elas estão tirando parte dos papéis da listagem da bolsa de valores.
Só no primeiro semestre deste ano, foram abertos 33 programas de recompra de ações. No ano passado, foram 59. Estimativa da gestora Kínitro Capital mostra que, nos últimos 15 meses, cerca de R$ 10 bilhões em ações foram retirados da Bolsa nesses programas de recompra.
O movimento é o inverso do que vinha ganhando força na Bolsa brasileira nos últimos anos. Desde 2020 existia uma febre de IPOs (oferta inicial de ações, na sigla em inglês).
Mas, para fugir das incertezas do mercado, analistas afirmam que as empresas aproveitaram a queda da Bolsa para recomprar “na xepa” ações que ficaram baratas e, assim, sinalizar aos investidores que suas empresas são sólidas. Ao usar o caixa disponível para recomprar ações, em vez de investir em novos projetos, dão um sinal de que o setor produtivo está “em compasso de espera” diante das incertezas neste ano eleitoral.