A queda nos preços de combustíveis e energia levou o país a registrar o segundo mês seguido de deflação. Em agosto, o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) ficou negativo em 0,36%. O resultado foi suficiente para que o índice acumulado em 12 meses voltasse ao patamar de um dígito, com taxa de 8,73%, o que não acontecia desde agosto do ano passado.
O mercado avalia que o índice pode registrar em setembro seu terceiro mês consecutivo de deflação, puxado pelas seguidas quedas nos preços da gasolina e diesel nas refinarias anunciadas pela Petrobras. A redução do ICMS sobre combustíveis, energia e telecomunicações para 17% (ou 18%, dependendo do estado), que entrou em vigor no fim de junho, também deve contribuir para frear o índice fechado deste mês.
Apesar da deflação do IPCA, alguns grupos maniveram alta de preços em agosto. Os destaques foram Saúde e cuidados pessoais (1,31%, puxado por itens de higiene pessoal e plano de saúde) e alimentação e bebidas (0,24%, mas com desaceleração em relação ao mês anterior).
O grupo Vestuário subiu 1,69% e representou a maior variação positiva no IPCA de agosto, com aumento dos preços das roupas femininas, masculinas, calçados e acessórios.
O mercado financeiro ainda vê espaço para novo aumento da taxa básica de juros, atualmente em 13,75% ao ano. Analistas avaliam que a Selic poderia subir para 14% ao ano até o final de 2022.