A Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) mostrou que as vendas do comércio varejista brasileiro recuaram pelo terceiro mês seguido. O volume de vendas caiu 0,8% em julho – a maior queda para o mês em quatro anos. Combustíveis foi o único segmento a apresentar alta nas vendas. Os dados mostram que o brasileiro passou a comprar menos, mas, ao mesmo tempo, encheu o tanque do carro.
De acordo com o gerente da pesquisa, Cristiano Santos, a terceira queda seguida após meses de alta demonstra a retomada da trajetória irregular pela qual passa o varejo desde o período mais grave da pandemia.
Mesmo os segmentos que já se recuperaram da pandemia tem perdido fôlego. O principal motivo comum é a alta dos preços: nove das dez atividades investigadas pela pesquisa apresentaram retração no volume de vendas, ou seja, quando já se desconta a inflação. Apenas a venda de combustíveis e lubrificantes mostrou crescimento, com avanço de 12,2% em relação ao mês anterior.
O principal motivo para o bom resultado no segmento de combustíveis é a queda dos preços. A Petrobras reduziu o preço da gasolina em julho, e o do diesel caiu logo no início de agosto, efeito do corte da alíquota do ICMS e da queda da cotação do petróleo.
Com preços altos, vendas de tecidos e vestuários desabam
Enquanto os combustíveis registram queda nos preços ao consumidor, outros produtos seguiram pesando ainda mais no orçamento das famílias, como é o caso dos preços dos alimentos, eletrodomésticos, roupas, além dos artigos de uso pessoal e doméstico.
A alta dos preços provocou forte queda no número de vendas desses segmentos. O maior recuo em julho foi observado no segmento de tecidos, vestuário e calçados, que caíram 17,1%. A segunda maior queda veio do segmento de móveis e eletrodomésticos, cujo volume de vendas caiu 3%. Na sequência aparecem livros, jornais e revistas (-2%); equipamentos e material para escritório informática e comunicação (-1,5%); artigos farmacêuticos (-1,4%), hiper e supermercados (-0,6%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,5%).