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Golpe da pirâmide financeira: saiba como identificar

Na semana passada, uma operação da Polícia Federal revelou mais um esquema de pirâmide financeira. De acordo com as investigações, a empresa Trust Investment fez 1,3 milhão de vítimas em mais de 80 países. O prejuizo total é de cerca de R$ 4 bilhões. 5 pessoas acabaram presas.

A operação alerta para o golpe da pirâmide, que tem feito cada vez mais vítimas no país. Os golpistas agem sempre da mesma forma, eles atraem investidores prometendo ganhos altos, rápidos e garantidos. A Trust Investing, por exemplo, prometia o ganho de 20% ao mês para os investidores, podendo chegar a 300% ao ano.

Os percentuais são totalmente discrepantes ao de aplicações verdadeiras. Para se ter uma ideia, o Tesouro Selic, tido como o investimento mais seguro do país, devolve 13,75% ao ano atualmente, enquanto alguns Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) remuneram em até 18% no mesmo período. Já as aplicações em renda variável estão sujeitas à volatilidade e não têm rendimento garantido.

Como funcionam as pirâmides financeiras?

Imagine uma corretora de ivestimentos que cobra um aporte inicial de um investidor. A promessa é de lucro exorbitante, o que atrai um bom número de clientes. A proposta é tão tentatora que o cliente indica novas pessoas a participar. Basicamente os investimentos dos novos clientes vão pagando os lucros dos mais antigos, e por aí vai.

No momento em que o número de adesões diminui, a pirâmide não se sustenta, e cessam os pagamentos e repasses prometidos aos demais participantes, deixando a pessoa do topo da pirâmide com altos lucros e todos da base da pirâmide no prejuízo.

Normalmente os próprios sócios das empresas é que estão no topo da pirâmide e fizeam os investimentos iniciais. Eles somem com todo o dinheiro após o esquema quebrar.

Desconfie!

Desconfie de retorno fixo: Um sinal de alerta de que se trata de um golpe é a oferta de ganho garantido. As criptomoedas, por exemplo, são ativos de renda variável. Compare os rendimentos prometidos aos do mercado financeiro tradicional, confira se há uma empresa aberta, se tem CNPJ e verifique sites de reclamação.

Desconfie se você precisar indicar amigos para o negócio:  As pirâmides financeiras só se sustentam com a permanente entrada de novos investidores. É o dinheiro aportado por eles que cobre quem está no topo. Por isso há incentivo para que o investidor traga amigos, inclusive, com oferta de bônus na rentabilidade de quem trouxer novos clientes.

Desconfie se não tiver a própria carteira: A forma correta de investir em moedas digitais é comprar o ativo diretamente de uma corretora e armazenar numa carteira própria, com uma chave à qual só o indivíduo tenha acesso. Essa espécie de “conta bancária” pode ser digital, adquirida por aplicativos. Uma vez que a corretora transfere as criptos para a carteira da empresa, os valores não estão mais sob sua custódia e sob seu direito.

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