O Banco Central começa a estudar como ficará o mercado econômico em 2023. Já há expectativa do não cumprimento da meta da inflação no próximo ano, o índice previsto era de 3,25%. O Banco prevê o aumento de alguns impostos que foram reduzidos em 2022.
Este ano, o presidente Jair Bolsonaro promoveu uma redução de impostos federais que incidiam sobre combustíveis, como gasolina e diesel, reduzindo a zero as alíquotas da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) e PIS/Cofins sobre esses produtos até 31 de dezembro de 2022. Mas a medida foi considerada eleitoreira por analistas, já que o preço da gasolina é atrelado ao mercado internacional e vinha subindo nos últimos meses. Com isso, tudo indica que o preço volte a subir no próximo ano.
Além da volta dos impostos federais, o BC também está preocupado com a inflação de serviços. O boletim Focus publicado na última segunda-feira voltou a elevar a previsão para o IPCA de 2022 após 17 quedas consecutivas, para 5,61%, ante os 5,60% previstos na pesquisa anterior. Embora o IPCA tenha apresentado deflação nos últimos três meses, chegando a 4,09% no ano e 7,17% nos últimos 12 meses, até setembro, a inflação de serviços ainda está em 8,5% nos últimos 12 meses, e não é compatível com a meta de inflação de 3% para o ano que vem.
Em setembro, a inflação de serviços subiu 0,4%, frente a uma alta de 0,28% em agosto. O que mais contribuiu para essa subida foi o aumento de 8,22% nos preços das passagens aéreas. Também pressionaram essa alta, itens como hospedagem (2,88%) e pacotes turísticos (2,3%), serviços de estética como manicure (1,03%), cabeleireiro e barbeiro (0,97%) e depilação (1,31%).
Já entre os serviços que apresentaram queda de preços em setembro estão: internet (-10,55%); combo de telefonia, internet e TV por assinatura (-2,70%); e aluguel de veículos (-2,02%).