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Corte de empregos nas gigantes da tecnologia expõe crise do setor e deve frear inovações

No mês de novembro Meta, Twitter e Amazon demitiram juntas quase 26 mil profissionais. A Amazon cortou 3% da sua força de trabalho, equivalente a 11 mil pessoas. Na Meta, foram mais de 11 mil postos fechados. No Twitter, depois da chegada do bilionário Elon Musk ao controle da empresa, foram demitidas 3,6 mil pessoas.

Ao final dos resultados do terceiro trimestre, Alphabet (dona do Google), Amazon, Meta (dona do Facebook) e Microsoft perderam mais de US$ 350 bilhões em valor de mercado. E analistas avaliam que essas companhias devem reduzir ainda mais custos, ou seja, novas demissões podem estar por vir.

Entre as poucas certezas estão a de que o crescimento acelerado dessas empresas nas últimas duas décadas não se repetirá, e a de que avanços tecnológicos ambiciosos como o Metaverso devem sofrer uma freada brusca.

A crise ainda está sendo justificada com a inflação global que se seguiu à pandemia e provocou alta de juros nas principais economias do mundo. Com isso, o custo de capital alto fechou as torneiras dos investidores para negócios de tecnologia, e todos foram atingidos. Das gigantes às startups.

Demissões na Amazon

A Amazon inchou com o crescimento das vendas on-line durante a pandemia. Em seguida, com a reabertura das lojas, o consumidor voltou às compras presenciais, e a Amazon ficou com estrutura superdimensionada. A empresa teve prejuízo de US$ 3 bilhões entre janeiro e setembro, revertendo lucro de US$ 19 bilhões do mesmo período de 2021.

Para justificar os números ruins e o ajuste no quadro de funcionários, a empresa informou aos investidores que o ambiente macroeconômico atual é “incomum e incerto” . “Algumas equipes estão fazendo ajustes, o que em alguns casos significa que certas funções não serão mais necessárias”, informou a Amazon.

Crise na Meta

A Meta acabou gastando dinheiro demais com o Metaverso. Durante pandemia, a realidade virtual parecia ser um sucesso. Mas essas projeções caíram por terra. A empresa, que havia contratado 28 mil pessoas para o projeto, teve que cortar parte do time. Para cortar custos, a Meta abrirá mão de parte de seus escritórios em Manhattan. A empresa, que aluga mais de 2.000 metros quadrados em duas torres, recusou renovar o contrato.

Mark Zuckerberg, diretor-executivo da Meta, disse que errou ao aumentar os gastos da empresa prevendo crescimento após o auge da pandemia. “Tomei a decisão de aumentar significativamente nossos investimentos. Infelizmente, as coisas não aconteceram da maneira que eu esperava”, disse Zuckerberg ao demitir 13% dos funcionários.

O lucro da Meta ficou em US$ 4,4 bilhões no terceiro trimestre deste ano, queda de 52% em relação ao mesmo período de 2021.

Cortes no Twitter

No Twitter, a situação é mais complicada. Especialistas calculam que a empresa tem perdas diárias de US$ 4 milhões e, se não reverter essa sangria, pode quebrar. O Twitter já enfrentava dificuldades para gerar lucro e atrair usuários antes de ser vendido, agora a situação só se complicou com a chegada de Elon Musk.

Desde que assumiu a rede social, o bilionário promoveu uma ruptura com os principais anunciantes, afetando as receitas anuais de US$ 5 bilhões com discussões sobre moderação de conteúdo. Musk disse que a Apple cortou sua publicidade no Twitter e até ameaçou retirar a rede social de sua loja de aplicativos.

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