O novo ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, em entrevista ao jornal O Globo, disse que os brasileiros endividados e que contraíram empréstimos consignados pelo programa Auxílio Brasil serão atendidos no programa “Desenrola”, de renegociação de dívidas, que contemplará famílias e empresas inadimplentes. A proposta do “Desenrola” tem por objetivo cuidar de cerca de 80 milhões de pessoas no Brasil que estão endividadas.
O empréstimo consignado do Auxílio Brasil
O consignado para beneficiários do Auxílio Brasil foi liberado pelo Ministério da Cidadania no fim de setembro. O lançamento da modalidade foi uma das apostas de Jair Bolsonaro para angariar votos enquanto tentava a reeleição. A medida é envolta de discussões e polêmicas por trazer riscos de superendividamento para uma população vulnerável economicamente. De acordo com a equipe de transição, R$ 9,5 bilhões foram liberados na modalidade.
O benefício médio do Auxílio Brasil é de R$ 600 e as parcelas do consignado não podem comprometer mais de 40% do valor — a parcela mínima é de R$ 15. A Caixa, por exemplo, cobra juros de 3,45% ao mês, com prazo máximo de pagamento de 24 meses, taxa de juros muito superior ao cobrado em outros consignados, como de aposentados e servidores.
De acordo com o novo Ministro, o problema desse tipo de empréstimo é que além de comprometer quase metade da renda das pessoas mais pobres, não há garantia de que a pessoa continuará no programa ao longo de todo período do empréstimo e, caso seja desligado do programa social, a pessoa terá que arcar com o valor devido.