As ações da Americanas subiram quase 20% nesta terça-feira. Os papéis alcançaram a máxima de R$ 1,38, valorização de 18,97%. Isso após a empresa divulgar resultados preliminares da investigação independente que vem sendo feita sobre a fraude que teria sido a responsável pelos problemas financeiros da companhia. A Americanas, com quase um século de existência, tenta contornar a crise depois do rombo financeiro de R$ 20 bilhões.
Os documentos analisados indicam que “as demonstrações financeiras da companhia vinham sendo fraudadas pela diretoria anterior” e revelam “os esforços da diretoria anterior para ocultar do Conselho de Administração e do mercado em geral a real situação de resultado e patrimonial da companhia”.
O ex-gestor Miguel Gutierrez comandou a Americanas por cerca de duas décadas e deixou a companhia no fim do ano passado, antes de o escândalo vir à tona. Além dele, a investigação indicou a participação de outros diretores, já afastados, na fraude.
Segundo um comunicado da Americanas, foram identificados diversos contratos de verba de “propaganda cooperada” e instrumentos similares (“VPC”), que teriam sido artificialmente criados para melhorar os resultados operacionais da companhia.
Financiamentos de compras
A investigação apontou ainda que, como forma de gerar o caixa necessário para a continuidade das operações da Americanas, a diretoria anterior contratou uma série de financiamentos “sem as devidas aprovações societárias e todas inadequadamente contabilizadas no balanço patrimonial da companhia de 30 de setembro de 2022 na conta fornecedores”.
No relatório, a empresa detalha essas operações:
- Operações de financiamento de compras (risco sacado, forfait ou confirming) de R$ 18,4 bilhões
- Operações de financiamento de capital de giro de R$ 2,2 bilhões
De acordo com a Americanas, “a indevida contabilização dessas operações de financiamento nos demonstrativos financeiros não permitiu a correta determinação do grau de endividamento da companhia ao longo do tempo”.