O mercado não reagiu bem após o primeiro turno das eleições argentinas, que mostrou Sergio Massa à frente de Javier Milei. A disputa entre os dois candidatos segue para o segundo turno.
O principal índice acionário do país, o Merval, despencou 9,7%, e o risco país avançou a 2.582 pontos, alta de 7%.
Analistas explicam que a reação foi pela surpresa do resultado das eleições, já que muitos acreditavam que Milei poderia inclusive ganhar no primeiro turno.
O candidato defende ideias radicais, como acabar com o Banco Central da Argentina. O BC deixaria de ter como função o controle da política monetária, e passaria a se concentrar somente em outras funções, como fiscalizar o setor financeiro e bancário
Outra proposta polêmica de Milei é a dolarização do país, que significaria abolir o peso e adotar a moeda dos Estados Unidos como oficial. Com isso, a Argentina passaria a ser afetada pelas decisões de juros dos Estados Unidos.
Os benefícios imediatos para a Argentina, que vê sua inflação anual caminhando para os 200%, seriam o freio na alta de preços, forte redução dos juros e a queda do risco do país, que passaria a ser parecido com o americano.
Mas, como a Argentina não possui reservas internacionais, o setor público teria que se financiar em dólar, e isso poderá acarretar novos empréstimos com o FMI, aumento de impostos para elevar a arrecadação, ou um calote generalizado do governo.