O governo federal fechou 2023 com um rombo de R$ 230,5 bilhões nas contas púbicas, o equivalente a 2,12% do PIB. Este é o pior resultado desde 2020, auge da pandemia de Covid-19. E também o segundo pior da série história do Tesouro Nacional, iniciada em 1997.
O gasto foi inflado pelo pagamento dos precatórios atrasados de anos anteriores. Precatórios são pagamentos decorrentes de decisões judiciais em que o governo perdeu e não pode mais recorrer. O governo de Lula decidiu pagar esse estoque, com aval do Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com o mistério da fazenda, a meta oficial para 2023 era de um déficit de até R$ 213 bilhões. O pagamento dos precatórios, porém, estaria de fora da apuração da meta fiscal, conforme decisão do STF. Portanto, o número sem considerar os precatórios, está dentro da meta.
A Fazenda também alega que a piora do número no ano também decorre de pagamentos para compensar estados e municípios pelas perdas que tiveram em 2022 com a redução do imposto ICMS aprovado pelo Congresso, com apoio do governo Bolsonaro. Sem esse gasto, o déficit seria de R$ 117,2 bilhões.