A Americanas começa o ano de 2024 em uma nova fase no processo de recuperação judicial. Em dezembro de 2023, o plano de recuperação da empresa foi aprovado por 97,19% dos detentores de créditos. E agora é seguir para a prática.
A proposta da empresa envolve a capitalização de R$ 24 bilhões, com aporte de R$ 12 bilhões pelos acionistas de referência e conversão de dívidas de R$ 12 bilhões pelos credores financeiros. O documento prevê ainda a criação da cláusula para Credor Fornecedor Colaborador, com a destinação de R$ 4 bilhões para atendê-los e a priorização de pagamentos ao fornecedor que estiver de acordo com os termos.
Além disso, com o financiamento que será feito pelos acionistas de referência após a homologação do plano, os Credores Fornecedores Colaboradores começarão a receber seus pagamentos em até 30 dias.
Na prática, a aprovação destrava o pagamento de credores e permite a captura plena da transformação prevista no Plano Estratégico da Americanas, sua reconstrução operacional e financeira, com impacto na preservação de milhares de empregos diretos e indiretos gerados em todo o país.
Plano estratégico
Pouco antes, em novembro, a empresa divulgou ao mercado seu plano estratégico de negócios, com previsão de geração de lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de mais de R$ 2,2 bilhões em 2025, com caixa e recebíveis na ordem de R$ 2,5 bilhões e dívida financeira bruta de até R$ 1,5 bilhão.
As bases que sustentam esse plano estratégico são sólidas: a presença da Americanas em todo o Brasil, o suporte de uma robusta malha logística, um marketplace que privilegia a experiência de clientes e sellers, e o relacionamento próximo com seus milhares de consumidores.
A transformação da Americanas, já iniciada pela nova gestão, também envolve uma reestruturação de forma a ajustar a companhia para este foco de atuação. Foram realizadas melhorias em áreas como marketing, tecnologia e estrutura logística a partir do novo contexto de atuação da plataforma digital, da renegociação de contratos e mudanças na estrutura organizacional, com melhora da despesa operacional.