A presidência brasileira do G20 encomendou um estudo ao economista francês Gabriel Zucman, diretor do Observatório Fiscal Europeu, para comprovar o rendimento extraordinário com a taxação dos super-ricos. O novo imposto é a principal proposta que o Brasil vai negociar no G20, e já conta com a simpatia evidente de França, Bélgica, África do Sul, Colômbia e União Africana, mas não dos Estados Unidos.
De acordo com o estudo, criação de um imposto mínimo sobre a riqueza dos super-ricos poderia gerar receitas de até US$ 688 bilhões às nações (cerca de R$ 3,7 trilhões) anualmente.
O montante, algo entre o Produto Interno Bruto (PIB) da Argentina e o da Polônia, poderia ser usado para enfrentar questões globais para as quais já não se encontra espaço em orçamentos públicos cada vez mais enxutos.
Em princípio, este é o potencial da arrecadação, que vai variar segundo o universo de pessoas a serem tributadas, o percentual do imposto a ser criado, o número de nações a aplicá-lo e as ferramentas que terão para identificar, fiscalizar e cobrar os contribuintes. O cálculo de US$ 688 bilhões inclui a tributação em 3% de indivíduos com patrimônio superior a US$ 100 milhões e bilionários (acima de US$ 1 bilhão).
A projeção considera exercícios com alíquotas de 1% a 3%. Tudo precisa ser negociado se a ideia for criar um padrão comum de tributação. Quanto mais países aderirem, mais eficiente será a cobrança.