Nos últimos anos, investir no exterior deixou de ser uma exclusividade de pessoas de alta renda e se tornou uma opção acessível para um número crescente de brasileiros. Analistas destacam que investir uma parte do patrimônio em ativos internacionais, principalmente em dólares, tem proporcionado retornos superiores aos investimentos no Brasil, seja pelo rendimento histórico de muitos papeis vendidos lá fora, seja pela valorização da moeda americana em relação ao real.
Essa tática tem se mostrado interessante mesmo no momento atual, com o dólar no patamar acima de R$ 6. Dadas as oscilações de curto prazo na cotação do dólar, especialistas indicam adquirir tal moeda de forma contínua, o que ajuda a suavizar o preço médio ao longo do tempo.
A diversificação é um dos pilares fundamentais de uma boa estratégia de investimentos. A alocação em ativos dolarizados pode ser importante para mitigar riscos associados às oscilações da economia brasileira. Clientes de alta renda, especialmente do segmento Private, costumam investir entre 20% e 30% do patrimônio no exterior.
A força do dólar
A trajetória recente do dólar reforça a importância de considerar investimentos internacionais. Apesar da cotação de câmbio ter ultrapassado a barreira dos R$6,00, os especialistas apontam que há pressões que podem levar o valor a subir ainda mais. As políticas monetárias nos Estados Unidos têm desempenhado um papel central nesse cenário. O Federal Reserve mantém as taxas de juros em níveis historicamente elevados, atraindo investidores globais em busca de retornos estáveis e aumentando a demanda pela moeda americana, quando comparada às demais moedas mundiais.
Diversos fatores estruturais também sustentam a força do Dólar. Entre eles estão a volatilidade dos preços das commodities, a dependência da economia brasileira desses produtos e as incertezas fiscais e políticas locais. O Brasil, grande exportador de produtos como soja e minério de ferro, sofre com flutuações na demanda global, especialmente por parte da China. Uma desaceleração da economia chinesa, por exemplo, pode impactar diretamente a balança comercial brasileira, pressionando ainda mais o real.