As ações da Azul e da Gol fecharam em forte alta nesta quinta-feira (16), após a notícia de uma possível fusão entre as duas companhias aéreas. As ações da Azul fecharam em alta de 3,63% e as da Gol subiram 4,29%. A Gol está listada na B3, a bolsa de valores brasileira, sob “Outras Condições” devido ao pedido de reestruturação nos EUA.
O grupo Abra, controlador da Gol e Avianca, assinou um memorando de entendimento com a Azul para unir negócios no Brasil. Se concretizada, a fusão criaria uma gigante do setor de aviação, com 60% do mercado doméstico e superando os 40% da Latam.
Em comunicado a investidores, a Gol informou que o acordo representa a fase inicial de um processo de negociação que visa “explorar a viabilidade de uma possível transação”. Se o negócio for adiante, as duas companhias devem manter suas marcas e certificados operacionais de forma independente.
Dificuldades pós-Covid
As duas companhias aéreas têm enfrentado dificuldades financeiras desde a pandemia de Covid-19, tendo sido forçadas a reestruturar dívidas e gerenciar custos.
De um lado, a Azul precisou fechar acordos no ano passado para conseguir eliminar obrigações financeiras e obter mais capital. De outro, a Gol precisou entrar com um pedido de reestruturação nos Estados Unidos, o chamado “Chapter 11”, que se refere ao Capítulo 11 da Lei de Falências norte-americana e é semelhante ao processo de recuperação judicial no Brasil.
À época do pedido, a empresa afirmou que o objetivo do processo seria reestruturar suas obrigações financeiras de curto prazo e “fortalecer sua estrutura de capital para ter sustentabilidade no longo prazo”. As dívidas da companhia eram estimadas em R$ 20 bilhões.