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Ameaça de Trump de taxar aço pode prejudicar o Brasil. Entenda

O presidente americano, Donald Trump, afirmou ontem que vai anunciar formalmente nesta segunda-feira a aplicação de tarifas de 25% sobre todo aço e alumínio importado pelos Estados Unidos.

A medida poderá afetar diretamente as siderúrgicas brasileiras, já que o Brasil está entre os três maiores fornecedores de aço para os EUA. O presidente americano, no entanto, não especificou quando as taxas entrarão em vigor.

A ameaça de Trump sobre países exportadores de aço e alumínio aconteceu quase ao mesmo tempo em que a China iniciou a cobrança de tarifas de importação sobre US$ 14 bilhões em mercadorias e serviços americanos, em retaliação a uma taxação extra de 10% sobre produtos chineses determinada pelo presidente americano na semana passada. A ação chinesa diminuiu as esperanças de que uma guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo pudesse ser evitada.

Brasil em risco

No caso do aço, os dados mais atualizados do Departamento de Comércio dos Estados Unidos (DOC) mostram que o Brasil será um dos mais afetados pela tarifa de 25% a ser imposta por Donald Trump.

Em 2024, o Brasil foi o segundo maior fornecedor de aço para os Estados Unidos, atrás apenas do Canadá. No acumulado do ano, as siderúrgicas brasileiras forneceram 4,08 milhões de toneladas de aço para o mercado americano, representando 15,5% do volume total que o país comprou de fora. De acordo com os dados do governo americano, o montante foi de cerca de US$ 3 bilhões em exportações brasileiras da commodity.

Os dados mostram que o volume de aço brasileiro importado pelos Estados Unidos cresceu 14,11% de 2023 para o último ano, o que fez o país ultrapassar o México e ocupar a segunda posição entre os principais fornecedores do produto para o mercado americano.

Canadá mais prejudicado

No caso do alumínio, o Brasil foi apenas o 14º fornecedor dos EUA em 2024. De longe, o maior prejudicado pela taxação de Trump seria, mais uma vez, o Canadá, responsável por 58,1% das compras americanas. Emirados Árabes vêm em segundo (6,4%), com a China em terceiro (4,1%).

O anúncio da provável taxação americana sobre aço e alumínio ocorre em um momento em que a indústria siderúrgica dos EUA busca se recuperar do pior ano desde o primeiro mandato de Trump. Os produtores nacionais de aço reclamam que o aumento das importações tem prejudicado seus lucros e níveis de produção.

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