Em meio a tensões comerciais desencadeadas pelo tarifaço de Donald Trump, a Reunião de Chanceleres do Brics, nos dias 28 e 29, no Rio de Janeiro, terá como um dos propósitos reafirmar o compromisso com o multilateralismo e com a governança global. O encontro, que integra a agenda da presidência brasileira do Brics, vai reunir os ministros das Relações Exteriores dos países-membros.
Em entrevista coletiva neste sábado, o secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Mauricio Carvalho Lyrio, comentou sobre a guerra tarifária entre os Estados Unidos e a China — o país mais importante do grupo — e destacou a posição crítica do Brics a medidas unilaterais, independentemente da origem.
Os ministros estão negociando uma declaração com vistas a reafirmar a centralidade e a importância do sistema multilateral de comércio e, portanto, das negociações comerciais multilaterais como eixo principal de atuação nessa área. E deverão reafirmar, como sempre fizeram em outras declarações, sua crítica a medidas unilaterais, sejam elas de que origem forem. Ou seja, essa é uma posição de longa data dos países do Brics — disse Carvalho Lyrio
Além de Brasil e China, o Brics reúne Rússia, Índia e África do Sul. Além destes, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã foram recentemente admitidos como membros permanentes. Malásia, Tailândia, Cazaquistão, Uzbequistão, Belarus, Bolívia, Cuba, Nigéria e Uganda são nações parceiras.
O embaixador também ressaltou a importância do compromisso dos países em evitar medidas unilaterais no comércio, citando a crise que levou à Grande Depressão em 1929.