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Petróleo faz país vizinho ao Brasil ser o que mais cresce no mundo. Veja qual é

O Produto Interno Bruto do Brasil no primeiro trimestre, divulgado nesta sexta-feira pelo IBGE, mostra uma economia aquecida, mas as projeções para 2025 fechado estão subindo para pouco acima de 2%. Nada que se compare ao salto de 10,3% projetado para o PIB da Guiana, impulsionado pela indústria de petróleo e gás. O país vizinho é o que “mais cresce no mundo”, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI).

O salto do PIB guianense projetado para este ano pelo FMI parece até tímido frente ao crescimento de 43,6%, registrado em 2024. Para 2026, a expectativa é que a economia da Guiana avance mais 22,9%.

Único país da América do Sul que fala inglês

A Guiana é um país pequeno, de área ligeiramente maior do que o território do Paraná, com menos de 800 mil habitantes. Foi colônia holandesa, antes de passar aos domínios do Império Britânico — é o único país da América do Sul que fala inglês. Embora faça fronteira com o Pará e Roraima, ao longo da história, sempre foi culturalmente mais ligada aos países do Caribe.

Tudo mudou na economia local em 2015, quando uma descoberta da petroleira americana ExxonMobil no mar da Guiana mudou de patamar o nível das reservas do país. Os volumes comprovados estão entre 12 bilhões e 15 bilhões de barris de petróleo equivalente (boe), colocando o país vizinho no mapa global da indústria petrolífera e atraindo bilhões de dólares em investimentos. E reavivando uma disputa territorial com a vizinha Venezuela.

A produção de petróleo na Guiana atingiu os 650 mil boe por dia no fim do ano passado e, em abril último, estava se aproximando de 670 mil boe por dia, segundo o site do Programa de Gestão do Petróleo, do governo da Guiana. Projeções apontam para uma produção de 1,5 milhão de boe por dia em 2030.

Ainda é longe da produção do Brasil, de 3,6 milhões de boe por dia em março, conforme a ANP, a agência reguladora do setor. Mas o crescimento é vertiginoso. Em maio de 2020, oscilava em torno de 75 mil boe por dia.

E foi naquele ano que o crescimento econômico da Guiana disparou, de acordo com a série histórica do FMI. Apesar da pandemia de Covid-19, o PIB saltou 43,5% em 2020, após registrar avanço de 5,4% em 2019. Desde então, o crescimento econômico está sempre acima de dois dígitos, incluindo impressionantes 63,3% em 2022.

PIB per capita dispara

As taxas são tão elevadas, em parte, porque o PIB da Guiana ainda é muito baixo. Ano passado, atingiu US$ 24,7 bilhões, na estimativa do FMI — para se ter uma ideia, o Fundo calculou o PIB do Brasil do ano passado em quase US$ 2,2 trilhões; o PIB americano, o maior do mundo, é de US$ 29,2 trilhões.

Por outro lado, com tanto crescimento econômico, a renda média de quem vive na Guiana já ultrapassou a dos brasileiros, tendo em vista que a população do país vizinha é pequena.

Em 2021, o PIB per capita já estava acima de US$ 10 mil. Ano passado, segundo o FMI, ficou em US$ 30.962, equivalente ao de países como Arábia Saudita e República Tcheca, e acima do de Portugal. Enquanto isso, o PIB per capita do Brasil foi de US$ 10.214.

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