O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta nesta sexta-feira dados da economia brasileira. O primeiro trimestre de 2025 foi de crescimento de 1,4%, puxado pela agropecuária, que teve salto de 12,2% no período, refletindo uma supersafra.
Com o clima favorável e boa quantidade de chuvas desde outubro do ano passado, já era esperado que a agropecuária puxasse a economia no início deste ano. No último trimestre de 2024, o setor havia recuado 4,4%. O resultado só não foi melhor que o do primeiro trimestre de 2023, quando o agro saltou 13,8% e carregou o PIB ao longo do ano.
O bom desempenho do campo não foi acompanhado pela indústria e pelo setor de serviços. Este último avançou apenas 0,3% nos primeiros três meses do ano. Mas, como serviços representam 70% do PIB, qualquer expansão favorece a atividade econômica.
Juros freiam a indústria
No setor industrial, houve leve queda de 0,1%. De acordo com o IBGE, as indústrias de transformação e construção recuaram neste início de ano, refletindo “a política monetária restritiva”. Os juros estão em 14,75% e a sinalização é de que sejam mantidos em patamar elevado.
Juros mais altos inibem o crédito, o que pode afetar o apetite por compras e investimentos. No entanto, os dados do PIB mostram que o consumo das famílias e a disposição de empresários para investir continua avançando.
Consumo volta a subir com desemprego baixo
O consumo voltou a subir e avançou 1% no primeiro trimestre. Nos três meses anteriores, havia caído 0,9%. Para especialistas, o mercado de trabalho aquecido tem mantido a renda elevada, contribuindo para essa expansão. A taxa de desemprego ficou em 6,6% em abril, abaixo do previsto e o menor para mês da série histórica.
Medidas como crédito consignado para trabalhadores do setor privado devem ajudar a manter o ritmo do consumo por um tempo, avaliam analistas. O programa começou no fim de março e deve ter efeito sobre os dados do segundo trimestre.
Investimentos avançam
Os investimentos, outro termômetro da demanda da economia, também cresceu com força: 3,1%, maior taxa em um ano. Nos últimos três meses de 2024, ele havia desacelerado para 0,7%.
A taxa de investimento foi de 17,8% do PIB, acima dos 16,7% do primeiro trimestre de 2024. Já a taxa de poupança foi de 16,3%, superando os 15,5% do mesmo trimestre de 2024.
Em relação ao setor externo, as exportações tiveram variação positiva de 2,9% ao passo que as importações cresceram 5,9% em relação ao quarto trimestre de 2024.