O presidente dos EUA, Donald Trump, acusou a China de violar o acordo com os EUA para reduzir tarifas comerciais mútuas por 90 dias, aumentando as tensões entre as duas maiores economias do mundo. Desde o início do ano, os países vêm travando um embate comercial que levou ambos a elevarem para mais de 100% as alíquotas contra as importações um do outro.
O presidente não especificou de que forma a China não estaria cumprindo o acordo negociado no início deste mês, na Suíça. Na época, ambos os países anunciaram que iriam reduzir as tarifas retaliatórias e continuar com as negociações comerciais.
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O Representante de Comércio dos EUA, Jamieson Greer, sugeriu em entrevista à CNBC que a China vinha agindo de forma lenta, afirmando que o governo tem estado “muito focado em monitorar a conformidade — ou, neste caso, a não conformidade — da China com o acordo”.
O acordo firmado no início do mês animou investidores, que esperavam que Pequim e Washington encontrassem uma saída para a disputa tarifária, que abalou os mercados e ameaçava desencadear uma desaceleração global. Mas, desde então, as tensões entre EUA e China voltaram a crescer.
O governo Trump anunciou que começaria a revogar alguns vistos de estudantes chineses, medida que Pequim classificou como “discriminatória”. Além disso, autoridades do governo promoveram novas restrições à venda de softwares de design de chips.
O The New York Times informou que autoridades proibiram a exportação de peças e tecnologias críticas de motores a jato dos EUA para a China. Os comentários de Trump também surgem um dia após o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, declarar que as negociações comerciais com a China estavam em andamento, mas haviam “estagnado”. Bessent sugeriu que uma ligação entre Trump e seu homólogo chinês, Xi Jinping, poderia ser necessária para romper o impasse.
A última vez que os dois presidentes conversaram foi em janeiro, antes da posse de Trump. O presidente dos EUA disse que falaria com o líder chinês “talvez no final da semana”, após as negociações de Genebra — que se concluíram em meados de maio —, mas essa ligação aparentemente não aconteceu.