O mercado de títulos públicos já incorporou os efeitos da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que elevou a Selic para 15% ao ano na quarta-feira (18), surpreendendo parte dos investidores e adotando um tom mais duro (“hawkish”) para os próximos passos.
A reação foi visível na manhã desta sexta-feira (20), com ajustes nas taxas do Tesouro Direto e desinclinação da curva de juros.
Os títulos prefixados de vencimento mais curto, como o Tesouro Prefixado 2028, mantiveram rendimento estável em relação ao fechamento de quarta, negociando a 13,57% ao ano. Já os papéis mais longos, como o Tesouro Prefixado com juros semestrais 2035, viram leve recuo, de 13,95% para 13,90%. Entre os papéis atrelados à inflação, o Tesouro IPCA+ 2050 passou de IPCA + 6,95% para 6,85% de juro real.
Essa movimentação reflete o comportamento típico de uma curva de juros em desinclinação: vencimentos curtos ajustam para cima, enquanto os longos perdem prêmio. A taxa do DI para janeiro de 2026, por exemplo, subiu de 14,87% para 14,97%, enquanto a de janeiro de 2031 caiu de 13,70% para 13,63%, indicando a expectativa de fim do ciclo de aperto monetário com a Selic em 15%.
A decisão unânime do Copom surpreendeu parte dos analistas, que projetavam manutenção da Selic. O BC justificou a alta de 0,25 ponto percentual como parte de um esforço para garantir a convergência da inflação à meta, afirmando que manterá a taxa elevada por “período bastante prolongado”. O comunicado também deixou claro que, se necessário, o ciclo de aperto pode ser retomado.
Confira as taxas dos títulos do Tesouro Direto às 9h37 desta sexta-feira (20):
