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Argentina faz primeira intervenção no câmbio para segurar dólar e vende US$ 53 milhões

O banco central da Argentina fez uma intervenção no mercado de câmbio para conter a disparada do dólar frente ao peso nesta quarta-feira (17). Foi a primeira intervenção desde abril, quando o país adotou um regime de banda cambial.

A autoridade monetária vendeu US$ 53 milhões, de acordo com seu relatório diário sobre as reservas internacionais divulgado no fim da noite. Uma vez que o peso atinge o piso ou o teto da banda, as autoridades monetárias estão autorizadas, segundo o acordo com o FMI, a intervir diretamente.

Até quarta-feira, a autoridade monetária argentina não havia atuado diretamente para reforçar o peso desde que Milei fechou um pacote de socorro de US$ 20 bilhões com o Fundo Monetário Internacional (FMI) em abril. Nesse arranjo, o banco central de Milei suspendeu alguns controles cambiais e concordou em deixar o peso flutuar livremente dentro de uma banda estabelecida, que se expande gradualmente em 1% ao mês.

Até então, o governo Milei vinha recorrendo a outros instrumentos para segurar a taxa de câmbio, como, por exemplo, operações no mercado futuro ou exigências maiores de depósitos compulsórios por parte dos bancos do país.

As bandas definidas pelas autoridades no acordo com o FMI vão se ampliando gradativamente, 1% ao mês em cada direção, de forma escalonada diariamente. Usando esse cálculo, o peso ultrapassou o limite superior de 1.474,345 por dólar na quarta-feira, quando foi negociado a 1.474,50 por dólar.

No entanto, o sistema oficial de negociação da Argentina só permite ofertas de compra e vendas de dólar com até duas casas decimais (ou seja, de 50 centavos em 50 centavos). Isso faz com que, na prática, o banco central arredonde a cotação do peso no limite superior da banda cambial.

A intervenção no câmbio reflete as tensões crescentes no mercado argentino, com o governo Milei tentando conter a inflação, ao mesmo tempo em que precisa preservar suas reservas em dólar para que o governo continue pagando suas dívidas, inclusive com o FMI. O Fundo demonstrou preocupação, nos bastidores, de que o dinheiro liberado no seu pacote recorde de socorro ao país acabasse sendo “torrrado” para segurar o dólar.

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