O presidente Lula vai sancionar nesta quarta-feira (26) o projeto que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil por mês e reduz a tributação de salários de até R$ 7.350.
A medida dará um alívio considerável ao bolso de contribuintes de classe média, impulsionando o consumo. Segundo estimativas de economistas, a mudança pode injetar de R$ 20 bilhões a R$ 28 bilhões na economia em 2026, quando entra em vigor.
51% moram no Sudeste
Dada a elevada concentração de renda em termos regionais, a maioria dos beneficiados pela nova faixa de isenção está no Sudeste, com destaque para São Paulo. Predominam homens, pessoas brancas, empregados formalizados no setor privado e com escolaridade mais elevada, características típicas de classe de média.
Do total de brasileiros hoje na faixa de renda entre o atual e o novo limite de isenção (R$ 3.036 e R$ 5 mil), que deixarão de ter IR descontado no contracheque em janeiro, 51% são do Sudeste. No Norte e no Nordeste, estão 5,7% e 13,4%, respectivamente. As duas regiões com mais pessoas de baixa renda no país são pouco afetadas pela reforma.
As mudanças vão favorecer mais pessoas brancas porque a participação delas nas faixas de renda beneficiadas é maior que na população em geral. Em termos de escolaridade, 56,3% dos que estão no no grupo com renda de R$ 5 mil a R$ 7.350 mensais — e que terão descontos no IR — têm ensino superior completo.
O alívio financeiro do IR pode servir para quitar dívidas, o que pode retardar o efeito no consumo. As famílias desse segmento também têm maior capacidade de tomar crédito e lançam mão dele para ampliar seus orçamentos.