A próxima quarta-feira não será uma qualquer do mês para investidores e analistas dos mercados financeiros em todo o mundo. É o dia marcado para a próxima decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), sobre os juros básicos dos Estados Unidos, um indicador que mexe com a economia de todos os outros países.
Para os brasileiros, não à toa, será a chama “superquarta” por causa da coincidência do fim da reunião do Fomc, o comitê de política monetária do Fed, e a do Copom, o equivalente brasileiro no Banco Central (BC).
O colegiado na cúpula do Fed, liderado por Jerome Powell, deve avançar com mais um corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros nesta semana, para a faixa entre 3,5 e 3,75%, apesar do crescente desconforto entre outros diretores, de que a inflação permanece alta.
O Fed realizou uma segunda redução consecutiva em outubro, motivada pela deterioração repentina do mercado de trabalho dos EUA durante o verão no Hemisfério Norte. Mas isso foi seguido por uma onda de preocupação hawkish (mais contracionista) de alguns dirigentes, incluindo cinco com direito a voto neste ano, sinalizando hesitação ou resistência a apoiar um terceiro corte em dezembro.
Nesse contexto, e por cerca de uma semana em meados de novembro, investidores demonstraram sérias dúvidas sobre a possibilidade de um novo corte. Mas o clima de incerteza foi dissipado em 21 de novembro, quando o presidente do Fed de Nova York, John Williams — visto como fortemente alinhado a Powell — disse enxergar espaço para uma redução “no curto prazo”.