Investir em renda variável, especialmente aquelas relacionadas a inovações, como as criptomoedas, envolve muitos riscos financeiros. As moedas digitais tem grandes oscilações, o que pode levar a lucros extraordinários ou à perda de grandes fortunas. Mesmo aqueles investidores que escolhem grandes corretoras, não estão livres dos riscos. O grande exemplo disso foi o colapso da FTX, a maior corretora de cripto dos EUA.
A FTX.com, que estava a ponto de ser comprada pela Binance, rival chinesa e gigante do setor, entrou em colapso depois que o CEO Sam Bankman-Fried confirmou um déficit de até US$ 8 bilhões. Sem a aquisição da Binance, a situação ficou ainda mais difícil.
Todo o mercado reagiu a notícia, uma vez que a corretora já foi considerada a segunda maior do mundo. A forma como a FTX tem lidado com o problema preocupa investidores e analistas.
Desde o colapso, a corretora não prestou qualquer esclarecimento aos investidores, além do pedido de desculpas do próprio CEO. Até o momento, não é possível fazer saque, pois as plataformas da empresa estão travadas.
Os maiores investidores da FTX incluem gigantes das finanças como grandes fundos de pensão e gestoras de investimentos como Sequoia Capital, Lightspeed Venture Partners e SoftBank. A crise também ameaça fortunas de nomes conhecidos no mercado, como de Alan Howard, da Brevan Howard Asset Management, o family office de Paul Tudor Jones, o fundador da Millennium Management, e até o ex-casal Tom Brady e Gisele Bündchen, que adquiriram participação acionária na empresa em meados de 2021. A modelo chegou a se tornar assessora de iniciativas ambientais e sociais da FTX.
Entenda a crise:
A FTX administrava mais de US$ 50 bilhões em ativos, em sua maioria, garantidos pelo token FTT. Os rumores sobre a má gestão dos recursos começaram a circular a partir de 2 de novembro, após a divulgação, pelo CoinDesk, de um balanço que supostamente mostrava que grande parte dos US$ 14,6 bilhões em ativos da Alameda eram mantidos em FTT.
Com a notícia, houve uma forte queda no valor do FTT, o que levou os investidores a uma corrida para saques de seus valores junto à corretora. Uma reportagem da agência de notícias Reuters revelou que ao menos US$ 1 bilhão em fundos de clientes desapareceram da plataforma FTX. A Reuters informou que fontes disseram que o CEO Bankman-Fried teria transferido US$ 10 bilhões em fundos de clientes da corretora para a trading Alameda Research. A FTX confirmou que houve um “acesso não autorizado a certos ativos”, mencionando investigações de um possível ataque hacker.
A situação interferiu no mercado cripto, trazendo maior volatilidade. O bitcoin, por exemplo, chegou à casa dos US$ 16 mil. Além disso, o caso levantou novamente a importância da regulamentação de criptomoedas e do amadurecimento do mercado.