Depois de o CEO da Americanas, Leonardo Coelho Pereira, ter chamado, pela primeira vez, o rombo bilionário na companhia de fraude, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que analisa o caso vai intensificar as investigações sobre a empresa nas próximos semanas.
A CPI irá votar diversos requerimentos para solicitar, por exemplo, o relatório completo citado por Coelho Pereira que comprovaria a fraude, quebras de sigilo dos suspeitos e acesso a cópia de todos os e-mails trocados pela diretoria da empresa nos últimos dez anos.
O atual CEO da companhia mostrou documentos que apontavam a construção de um esquema para sustentar balanços falsos e lucros inflados. De acordo com o depoimento de Coelho Pereira, os ex-executivos apareceram em trocas de e-mails e mensagens que mostram a criação de planilhas com números maquiados, além de pedidos para as auditorias modificarem parecer sobre a real situação financeira da Americanas.
Na primeira semana de julho, a CPI vai ouvir ex-diretores da empresa. Há requerimento para convocação de nomes como Miguel Gutierrez e José Timotheo de Barros. A convocação seguinte da CPI será para os representantes das auditorias KPMG e PwC, para esclarecimentos sobre suposta conivência com o esquema de fraude.
Os deputados protocolaram também requerimentos pedindo a convocação de presidentes de bancos que concederam crédito à Americanas nos últimos anos. A lista inclui, entre os bancos públicos, Banco do Brasil, Caixa, BNDES e Banco da Amazônia. Entre os bancos privados, foram citados Santander Brasil, BTG Pactual, Bradesco, Itaú e Safra.
As dívidas da Americanas somam R$ 42 bilhões. Só o esquema de fraude levou a um desfalque de R$ 25 bilhões. Eram criados contratos falsos com fornecedores para reduzir custos e gerar falsas verbas.