Segundo dados do Banco Central, em junho, os brasileiros tinham R$ 77,46 bilhões em dívidas no rotativo do cartão. O número é o dobro de junho de 2021, quando as dívidas somavam R$ 38,48 bilhões.
O que mais preocupa é que essa modalidade de crédito é a mais cara do mercado e o maior motivo de inadimplência dos brasileiros. A inadimplência subiu de 27,65% em 2021, para 49,05% este ano.
O juros médio do cartão de crédito rotativo chegou a 445,69% ao ano, considerando o acumulado até julho de 2023. É uma nova alta em relação a junho, quando a taxa média estava em 437%.
O movimento de alta se dá na contramão da trajetória da Selic, a taxa básica de juros. A taxa teve redução de 0,5 ponto percentual no início de agosto, iniciando o que economistas esperar ser um ciclo de queda.
Desde o início do ano, o Ministério da Fazenda vem articulando com representantes dos bancos e entidades do setor financeiro alternativas para a taxa de juros cobrada nas operações com o cartão de crédito rotativo. As conversas estão sendo direcionadas para uma taxa limitada em 100% ao ano, como ocorreu no passado recente com a modalidade do cheque especial.
A limitação da taxa no cheque especial, a partir de janeiro de 2020, provocou redução de custos dessa linha na ponta, queda da inadimplência e aumento tanto do saldo quanto das concessões, segundo dados do Banco Central.
Bancos tradicionais e empresas de maquininhas têm ficado em lados opostos na discussão sobre juros do rotativo A Febraban, que reúne os bancos, propôs que fosse reduzido o parcelamento de compras no cartão sem juros.