A oferta de privatização da Eletrobrás está prevista para acontecer até julho deste ano. A informação foi divulgada pelo ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, em uma entrevista coletiva virtual durante visita à Índia. Albuquerque disse que houve um avanço no processo, embora o Tribunal de Contas da União (TCU) tenha atrasado a decisão final.
Na semana passada, o juiz do TCU, Vital do Rego, pediu mais 60 dias para aprofundar o estudo do plano de privatização da Eletrobrás por meio de oferta de ações, o que teria efetivamente atrapalhado o cronograma de privatização da empresa. Outros membros do tribunal conseguiram reduzir o atraso para 20 dias.
Durante meses, os auditores do TCU revisaram o plano de abrir mão do controle estatal sobre a Eletrobrás. O TCU dividiu a análise da privatização em dos processos. Primeiro, o Tribunal avaliou a precificação das usinas hidrelétricas da Eletrobrás. Agora, a corte analisava a operação em si, como o preço mínimo das ações. A empresa propôs uma venda de ações para arrecadar pelo menos 25 bilhões de reais (US$ 5,4 bilhões) enquanto dilui a participação do governo para torná-lo um acionista minoritário.
Na entrevista coletiva, o ministro de Minas e Energia ressaltou que o mercado tem demonstrado muito interesse em participar da oferta.
Com a privatização, o governo deixaria de ser o sócio majoritário da empresa. Hoje, ele detém mais de 60% desses papéis, e o objetivo é ficar com 45%. O governo pretende transformar a Eletrobrás numa “corporation”, uma empresa privada sem controlador definido. Modelo semelhante foi adotado na privatização da Embraer.