As reduções de juros desde que o presidente Javier Milei assumiu o poder e a aposta de que ele será capaz de domar a inflação estão ressuscitando o financiamento imobiliário depois de seis anos e os argentinos agora fazem filas nos bancos para solicitar empréstimos.
O mercado imobiliário da Argentina foi castigado por controles cambiais e taxas de juro entre as mais elevadas do mundo. As vendas de imóveis com financiamento, especialmente na capital, despencaram desde 2018, segundo a associação de notários de Buenos Aires.
Agora, o Banco Nación, maior credor estatal do país, anunciou que desembolsará cerca de US$ 4 bilhões para financiamento imobiliário nos próximos quatro anos a 40 mil potenciais mutuários.
Alguns dos maiores bancos privados e estatais do país afirmaram nas últimas semanas que começarão a oferecer empréstimos imobiliários a taxas de juros entre 3,5% e 8,5%, mais um índice de inflação, que disparou para 288% em março. O valor máximo do empréstimo oferecido pelos bancos é de aproximadamente US$ 250 mil, com prazo de até 30 anos.
Os argentinos não se intimidam com as taxas elevadas que terão de pagar, apostando que Milei conseguirá conter a inflação. Até sexta-feira (10), o Banco Ciudad já havia recebido pelo menos 11 mil pedidos formais de empréstimos de seus clientes desde que o financiamento foi lançado em 29 de abril.