Após encontro com o CEO mundial da Enel, Flavio Cattaneo, na Itália, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Brasil está “disposto” a renovar o contrato com a companhia de energia. As declarações de Lula e o encontro com Cattaneo acontecem em um momento em que o governo federal discute os termos para renovação de contratos de distribuição de energia no país com 20 concessionárias.
Desde o ano passado, a Enel vem sendo pressionada após uma série de apagões em São Paulo e em outros locais em que opera. Segundo Lula, a distribuidora prometeu que “não haverá apagão em nenhum lugar”.
A distribuidora reforçou que pretende investir US$ 3,7 bilhões no Brasil (cerca de R$ 20 bilhões) até 2026. O valor havia sido anunciado em abril. Em nota, a Enel indicou ainda que governo brasileiro e a empresa “convergiram numa série de pontos” e que os investimentos incluem “aumento da sua força de trabalho no país”.
Enel sob pressão
A Enel tem passado por uma crise de imagem e tem sido alvo de críticas desde a queda de energia que deixou 2 milhões de residências sem luz na capital paulista, em novembro do ano passado. Ao episódio, somaram-se novos apagões que aconteceram no Rio de Janeiro e Ceará, onde a distribuidora também opera.
A companhia entrou na mira da Agência Nacional de Energia Elétrica e da Secretaria Nacional do Consumidor, do Ministério da Justiça. A Aneel aplicou em fevereiro uma multa de R$ 168,5 milhões para a empresa após os apagões em São Paulo. Já a Secacon multou em R$ 13 milhões a empresa em razão de interrupções de energias entre novembro de 2023 e janeiro deste ano.