Após a decisão do Banco Central de manter inalterada a taxa básica de juros, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou um comunicado em que considera “inadequada e excessivamente conservadora” a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. A Selic foi mantida em 10,5% ao ano, interrompendo o ciclo de cortes iniciado na reunião de 3 de agosto de 2023.
Segundo a entidade, a manutenção dos juros, neste momento, vai impor restrições adicionais à atividade econômica, com reflexos negativos sobre o emprego e a renda, sem que o “quadro inflacionário exija tamanho sacrifício”.
Para a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), ainda que esperada, a decisão de manter a Selic prejudica a recuperação de importantes setores econômicos do país. “Esse patamar elevado continua a limitar a expansão dos investimentos. Ademais, a indústria, entre os três principais setores que compõem o PIB, foi a única a apresentar desempenho negativo no último trimestre”, disse a entidade em nota.
Em outro comunicado, a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) diz que a manutenção da Selic em patamares elevados reflete uma postura cautelosa diante da inflação, que está em patamar baixo para o padrão brasileiro.
A decisão do Copom também preocupa a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Assim como os demais setores produtivos do país, a instituição diz que que “este é um movimento equivocado. A CNC avalia que a estabilização da Selic gera um cenário de menor atratividade para o crédito e, consequentemente, para o setor de comércio e serviços, pois a tendência é que as famílias diminuam seu ritmo de consumo.
Já a Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul afirma que o melhor cenário seria a continuidade do ciclo de redução dos juros, principalmente devido às condições difíceis que as empresas do Rio Grande do Sul estão enfrentando. Mas, diante do “desajuste econômico das últimas semanas, pode ser prejudicial à indústria”.