A quatro meses do fim do mandato de Roberto Campos Neto à frente do Banco Central (BC), o economista Gabriel Galípolo foi indicado pelo presidente Lula para assumir o cargo. Galípolo é hoje diretor de Política Monetária do BC. O anúncio foi feito pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de quem Galípolo já foi secretário executivo.
O nome já era esperado pelo mercado e a escolha agora, na visão do governo, ajuda a dissipar incertezas sobre a condução da política de juros. Galípolo precisa ser aprovado pelo Senado, e a Fazenda trabalha para que a sabatina e a votação ocorram antes da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), nos dias 17 e 18 de setembro. O próximo anúncio do Copom é cercado de expectativas pela possibilidade de uma alta na Taxa Selic, hoje em 10,50%, para enfrentar uma inflação que se aproxima do teto da meta, 4,5%.
Caso seu nome seja aprovado, Galípolo assumirá com a missão de conquistar a confiança do mercado financeiro, que teme um BC leniente no combate à inflação em 2025, quando o presidente Lula terá escolhido a maioria dos nove diretores da instituição — até o fim do ano, serão mais três indicados. Segundo Haddad, o governo começará agora a trabalhar esses outros três nomes.