Indicado para presidir o Banco Central, Gabriel Galípolo já deu recados diretos aos senadores durante o périplo que começou a fazer na Casa pela aprovação de seu nome. Para assumir o cargo, Galípolo precisa passar por uma sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.
No primeiro dia de beija-mão no Senado, Galípolo visitou o líder do governo no Senado, Jaques Wagner, o líder do PT na Casa, Beto Faro (PA), o relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025, Confúcio Moura (MDB-TO), a senadora Teresa Leitão (PT-PE) e o senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR).
O atual diretor de política monetária do BC iniciou as conversas falando sobre as críticas públicas proferidas por Lula em relação ao atual presidente da instituição financeira, Roberto Campos Neto. Galípolo afirmou aos senadores que o presidente do BC é, normalmente, considerado “o chato da festa, porque, enquanto todos dançam, ele precisa abaixar a música”.
Disse ainda que o Brasil deve se diferenciar de seus pares e aproveitar o momento de alto crescimento da renda e de menor capacidade ociosa da indústria nos últimos 10 anos. Ponderou, porém, que é fundamental colocar a taxa de juros em um patamar necessário para o cumprimento da meta.
O economista falou sobre a eleição para a presidência dos Estados Unidos e seus reflexos para o Brasil e outros países. A senadores, Galípolo disse que sua sensação é menos sobre o que vai acontecer na eleição americana e mais sobre como o resultado do pleito será visto pelos mercados globais.
O ex-braço direito do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a repetir a frase que já disse em eventos públicos de que a economia brasileira é como um “cavalo quente: só soltar um pouco as rédeas que ela gosta de andar mais forte”.