O Banco do Brasil (BB) divulgou na noite de quinta-feira (14) que registrou, no último trimestre, seu menor lucro em quase cinco anos. O banco informou ainda que vai reduzir o pagamento de dividendos aos acionistas. O papel da instituição é negociado na Bolsa de Valores (B3) sob o código BBAS3.
Na divulgação dos documentos relativos ao balanço contábil, o BB informou que seu lucro ajustado caiu 60% no segundo trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior, atingindo R$ 3,8 bilhões. O resultado ficou bem abaixo das projeções do mercado — os analistas previam um lucro de R$ 5 bilhões.
A instituição também reduziu sua taxa de distribuição de dividendos (parcela do lucro repassada aos acionistas) para 30%, abaixo da faixa anterior de 40% a 45%, sendo essa a primeira redução em cinco anos.
As provisões para perdas com créditos duvidosos dispararam 104%, atingindo R$ 15,9 bilhões, indicando que a inadimplência dos clientes está pesando sobre o balanço contábil.
Novas regras contábeis
Novas regras contábeis que entraram em vigor em janeiro exigem que os bancos adotem políticas mais rígidas de provisão para créditos duvidosos e deixem de contabilizar juros de empréstimos de baixa qualidade. As mudanças pressionaram a carteira de agronegócio do Banco do Brasil, que já vinha sendo afetada pelo aumento dos pedidos de falência de produtores rurais brasileiros.
O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, indicador importante da performance de instituições financeiras) caiu para 8,4%, o menor nível desde 2016.
Ações acumulam queda de quase 18% este ano
As ações do Banco do Brasil já caíram 17,9% neste ano, após recuo de 13% em 2024. É a primeira vez desde 2020, no auge da pandemia de Covid-19, que o BB vai reduzir a taxa de distribuição de dividendos. Como mais de metade das ações do Banco do Brasil pertencem ao governo federal, isso terá impacto nas contas públicas.