A China decidiu que a Nvidia violou as leis antimonopólio em um acordo fechado em 2020, aumentando a pressão sobre Washington durante negociações comerciais delicadas entre as duas maiores economias do mundo.
A fabricante americana de chips é acusada de violar as regras antitruste do país após a aquisição da produtora de equipamentos de rede Mellanox Technologie, informou a Administração Estatal de Regulação do Mercado ao concluir uma investigação preliminar.
O órgão regulador não especificou que tipo de medidas pretende exigir da Nvidia, acrescentando que investigará a empresa mais a fundo. Com isso, as ações da Nvidia caíram cerca de 2% nas negociações pré-mercado, enquanto os futuros dos índices acionários dos EUA reduziram os ganhos.
Momento delicado entre EUA e China
O anúncio inesperado surgiu enquanto autoridades americanas e chinesas iniciavam o segundo dia de amplas negociações em Madri sobre tarifas, que podem moldar a relação entre as duas maiores economias do mundo.
No fim de semana, a China também declarou que estava abrindo uma investigação antidumping contra um tipo de semicondutor fabricado por empresas americanas, incluindo a Texas Instruments. Suas ações caíram aproximadamente 2% no pré-mercado.
A Nvidia se viu este ano no centro das delicadas negociações entre Pequim e Washington, devido ao seu papel central no avanço de tecnologias do futuro, incluindo a inteligência artificial. A empresa domina o mercado de chips essenciais para construir e operar serviços de IA em companhias que vão da Meta à DeepSeek.
Em dezembro, Pequim abriu uma investigação sobre a aquisição da Mellanox pela Nvidia, mirando a empresa mais valiosa do mundo. Há quatro anos, Pequim havia aprovado o acordo de US$ 7 bilhões, com a condição de que a Nvidia não discriminasse empresas chinesas.
O governo dos EUA, então, implementou regras que proibiram a Nvidia de vender seus chips de IA mais avançados para companhias chinesas, incluindo o H100, alegando preocupações de segurança nacional. A Nvidia redesenhou seus chips pelo menos duas vezes para que estivessem em conformidade com os regulamentos americanos e pudesse vendê-los no país.
A decisão preliminar desta segunda-feira ocorre semanas após o governo Trump concordar em permitir que a Nvidia e a Advanced Micro Devices vendessem alguns de seus cobiçados chips de IA para empresas chinesas. No entanto, desde então, Pequim tem pressionado companhias e agências locais a evitarem o acelerador H20 da Nvidia, citando preocupações de segurança.