A prévia da inflação, medida pelo IPCA-15, teve alta de 0,20% em novembro, após registrar 0,18% em outubro. O resultado, divulgado pelo IBGE, foi puxado por alta nas passagens aéreas, que viram o seu preço subir 11,87%. O grupo de alimentação também teve número positivo, o primeiro após cinco meses de queda. Os alimentos no domicílio, no entanto, continuam no negativo.
No ano, o IPCA-15 acumula alta de 4,15%. Já no acumulado em 12 meses, é a primeira vez que o IPCA-15 fica em 4,5%, ou seja, dentro do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CNM) em 3,5%, com margem de 1,5 pontos percentuais para cima ou para baixo.
Esse número é uma boa notícia para o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, pois aumenta a confiança na política monetária e indica que ele pode não precisar fazer a carta de descumprimento da meta ao final deste ano.
Impacto de cada grupo
A alimentação, grupo de maior peso no índice voltou a crescer, embora com alta ainda leve (0,09%), após cinco meses em queda. Ainda assim, a alimentação no domicílio continuou no campo negativo, com queda de 0,15%, após recuo de 0,10% em outubro.
Os principais alimentos que tiveram baixa no preço foram o leite longa vida (-3,29%), o arroz (-3,10%) e as frutas (-1,60%). Já pelo lado das altas, ficaram a batata inglesa (11,47%), o óleo de soja (4,29%) e as carnes (0,68%). A alimentação fora do domicílio (0,68%) foi a responsável por puxar o grupo para cima, com aceleração em relação ao mês anterior (0,19%).
Entre os grupos, o maior impacto positivo veio de despesas pessoais (0,85%), que também ajudou a puxar o IPCA-15 para cima, com altas na hospedagem (4,18%) e no pacote turístico (3,90%).
Também tiveram altas relevantes os grupos de saúde e cuidados pessoais (0,29%), com o preço do plano de saúde subindo, e transportes, puxado pela alta nas passagens aéreas, o maior impacto individual no índice do mês.
Por outro lado, os transportes tiveram queda nos combustíveis (-0,46%), com redução no preço do etanol, do óleo diesel e da gasolina (-0,48%), que passou por reajuste da Petrobras no final do outubro, o que ajudou a fazer com que o IPCA-15 do mês não fosse mais alto, já que é um item com grande peso no índice. O único combustível em alta foi o gás veicular, que aumentou 0,20%.
O grupo da habitação desacelerou de 0,16% no mês anterior para 0,09% em novembro, com queda da energia elétrica residencial (0,38%). Assim como em outubro, a bandeira tarifária segue em vermelha patamar 1, adicionando R$ 4,46 na conta de luz a cada 100 Kwh consumidos.