Pela primeira vez desde 2016, o mercado de trabalho está aquecido. O número de desempregados está inferior a dez milhões de brasileiros, e a taxa caiu para 9,1%, situação que não acontecia desde 2015.
Mas as condições do mercado ainda estão longe do ideal. São 98,8 milhões de ocupados, sendo que 13 milhões trabalham sem carteira assinada e outros 25,8 milhões por conta própria.
A crise também achatou os rendimentos. 37% de todos os ocupados, ou 35,5 milhões de brasileiros, recebem até um salário mínimo, ou seja, R$ 1.212. Quando se considera na conta o percentual de quem ganha até dois mínimos, o total sobe para 66,7 milhões. Isso significa que a maioria dos trabalhadores, 68,7%, recebe até dois mínimos.
Quase 40% sem proteção trabalhista
O país tem hoje 19,2 milhões de brasileiros que trabalham por conta próporia, informalmente, ou seja, sem proteção social. De acordo com o IBGE, a média de rendimento dessas pessoas é de R$ 1.612.
Somados aos 13 milhões que trabalham sem carteira assinada e aos 4,3 milhões de empregadas domésticas que atual na informalidade, mais de um terço da população ocupada, 36,9%, não tem nenhuma proteção trabalhista.