A venda de ações da Eletrobras ainda não começou, mas já há muitos interessados no negócio. As ordens feitas por grandes investidores já superam R$ 40 bilhões, valor que praticamente garante o sucesso no processo de privatização. Essa demanda será ainda abastecida com recursos do FGTS, que também é alta, de acordo com gestores de fundos.
A oferta foi lançada na semana passada e, desde então, a administração da companhia e os bancos estão em ritmo acelerado de reuniões com investidores para definir o preço da ação, que será anunciado na próxima quinta-feira. O valor da ação depende justamente do número de investidores interessados.
Mas, por se tratar de uma privatização, o Tribunal de Contas da União (TCU) exige que haja um preço mínimo para a venda das ações. Esse valor é mantido sob sigilo. Isso quer dizer que a oferta só acontecerá se os investidores aceitarem pagar um preço acima do que foi estabelecido como piso.
A privatização da Eletrobras se dá por meio de uma capitalização na Bolsa de Valores. Com isso, a participação da União na empresa é reduzida para cerca de 33%, de acordo com o prospecto da oferta. Dessa forma, o governo perde o controle da maior elétrica da América Latina, que passa a ser uma corporação sem dono definido.
Essa será a maior privatização de uma estatal brasileira desde a venda da Telebras, ocorrida em julho de 1998. Além disso, é a maior capitalização na Bolsa brasileira desde a megacapitalização da Petrobras em 2010 (que sustentou os investidores da empresa no pré-sal).