Dados divulgados pelo Banco Central mostram que os juros do cartão de crédito rotativo chegaram a 409,3% no fim de 2022, um salto de 61,9 pontos percentuais em relação ao ano anterior. Este foi o maior patamar desde de agosto de 2017, quando a taxa estava em 428%. O principal fator que contribuiu para o aumento foi a elevação da taxa Selic, a taxa básica de juros, que subiu até 13,75%.
O rotativo no cartão é um crédito-pré-aprovado a que os consumidores costumam recorrer quando estão em dificuldade. Ele e o cheque especial são os créditos de urgência mais procurados, por isso, os juros nessas modalidades costuma ser tão altos.
Outro fator que deixa o rotativo mais caro é a expectativa das instituições financeiras em relação à capacidade de solvência de crédito (pagar a dívida) das pessoas físicas, no cenário de instabilidade econômica. O endividamento para pessoas físicas, no crédito rotativo, fechou o ano passado em 44,7%. Em dezembro de 2021, esse número era de 35,7%.
Crédito mais caro
O juros no cheque especial também aumentou, fechando 2022 em 131,9% ao ano. O aumento no custo do crédito também ocorreu em outras modalidades. De acordo com o BC, a taxa média de juros cobrada pelos bancos em suas operações com pessoas físicas e com empresas registrou alta de 8,2 pontos percentuais no ano de 2022 e chegou a 42% ao ano em dezembro, o triplo da Selic, que está em 13,75% ao ano.