A Hurb, agência de viagens digital está no centro de uma crise que envolve calotes, ameaças e deboche. A empresa é alvo de milhares de queixas de clientes que compraram pacotes e não conseguem viajar. No entanto, João Ricardo Mendes, CEO da Hurb, tem reagido às reivindicações dos consumidores com ameaças e deboche.
João Ricardo Mendes publicou um vídeo em 13 de abril no qual aparece descalço e caminhando sobre faixa de protesto de clientes lesados, transformando-a em capacho do seu escritório. Após o deboche, ele ainda xingou, fez ameaças e expôs dados de um cliente em um grupo de WhatsApp criado para discutir problemas relacionados aos calotes em pacotes de viagens.
Desde o começo do mês clientes relatam atrasos no pagamento a hotéis e pousadas pelo Brasil. Esses estabelecimentos então passaram a parar de receber novos hóspedes da startup. Mais de uma dezena de hotéis independentes publicaram nas redes sociais comunicados informando aos clientes que não vão mais aceitar check-ins de reservas feitas pela Hurb.
Entenda a crise
A crise na Hurb teve início durante a pandemia de Covid-19. No auge da propagação do coronavírus, a empresa vendeu pacotes turísticos com preços abaixo do valor de mercado. Mas agora a agência tem dificuldade para cumprir os contratos firmados.
O CEO João Ricardo afirmou que os problemas fluxo de caixa da Hurb foram provocados por um “bloqueio indevido” de recebíveis pelos bancos onde tem conta. De acordo com ele, a empresa tem R$ 140 milhões de pagamentos vencidos nos últimos 45 dias e a vencer pelos próximos 15 dias, mas teria ficado sem conseguir pagar por conta do bloqueio. João Ricardo afirmou que está em negociação com os bancos para liberar os recursos e que a empresa tem R$ 860 milhões de contas a receber pela venda de pacotes a prazo.