O Federal Reserve, banco central americano, elevou os juros em 0,25 ponto percentual esta semana. Com a elevação, as taxas vão para o intervalo entre 5,25% e 5,5%, maior patamar desde 2001. É o 11º aumento em quase um ano e meio.
Em coletiva após o anúncio, o presidente do Fed, Jerome Powell, destacou que o BC continua fortemente comprometido a trazer a inflação de volta à meta. Powell ressaltou que a inflação “moderou um pouco” desde meados do ano passado, mas ponderou que o Fed tem um “longo caminho pela frente”.
O presidente do Fed deixou a porta aberta sobre qual será o próximo movimento do banco na reunião de setembro. Segundo ele, os dirigentes do Fed estão avaliando a necessidade de novas elevações “reunião por reunião”.
Powell disse que não vê a inflação voltando para 2% até cerca de 2025 e que trazer a inflação de volta à meta “provavelmente exigirá algum período de crescimento abaixo da tendência.” Ele ainda ressaltou que o Fed não está prevendo mais uma recessão para os EUA para este ano. Por outro lado, afastou a possibilidade de cortes nos juros no curto prazo.
O anúncio do banco central americano ocorre uma semana antes da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) no Brasil. Para analistas, no entanto, o atual patamar elevado dos juros americanos não deve impedir que o nosso BC inicie o ciclo de cortes da Selic em agosto.
Combate à inflação
O objetivo da alta dos juros pelo Fed é combater a inflação elevada no país. Os últimos indicadores de inflação vêm apresentando desaceleração, contudo determinados setores da economia americana, como o de serviços, seguem apresentando aumento nos preços. A alta nos preços de novas casas também tem sido observada pelos membros do BC.
O índice de preços de despesas com consumo pessoal (PCE) subiu 3,8% em maio em relação ao ano anterior. O núcleo do índice, que exclui componentes voláteis de alimentos e energia, avançou 4,6% também na base anual.
O mercado de trabalho, outra variável observada pela autoridade monetária, manteve-se forte, com a taxa de desemprego chegando a 3,6% em junho, patamar considerado ainda baixo.