Embora o mercado de carros elétricos ainda esteja em expansão, o ritmo de crescimento diminuiu. A Tesla e outras grandes montadoras de veículos desse tipo enfrentam um novo dilema: o que fazer quando a demanda diminuir.
Juntas, as empresas do setor comprometeram cerca de US$ 100 bilhões em toda a América do Norte para criar carros elétricos atraentes não só para compradores de luxo, mas também para mercado de massa. Mas a inflação elevada e as taxas de juros dificultam a compra desses carros.
A diferença de preços para veículos convencionais ainda é considerável, o que afasta muitos compradores. O Chevrolet Blazer da General Motors, por exemplo, que começa em cerca de US$ 37 mil na versão básica movida a gasolina, chega a custar US$ 56 mil na versão elétrica, antes dos créditos fiscais.
O que explica essa diferença é que as baterias que alimentam os veículos elétricos são mais caras do que os motores de combustão interna, e serão necessários pelo menos mais três anos até que estes preços sejam comparáveis, de acordo com a pesquisa da Bloomberg BNEF.
Isto torna difícil até mesmo para a Tesla, líder do setor e única fabricante de automóveis dos EUA com um negócio rentável de veículos elétricos, tornar os seus automóveis mais baratos. Este ano, a empresa de Musk reduziu os preços drasticamente, em alguns casos até 30%, para proteger seus volumes de vendas.
Em setembro, o preço médio pago por um veículo elétrico nos EUA foi de US$ 50.683, abaixo dos US$ 52.212 de agosto e muito inferior aos US$ 65 mil que as empresas cobravam há um ano, segundo dados compilados pela pesquisadora Cox Automotive .
Esses descontos prejudicam os resultados financeiros das empresas. O crescimento da receita automotiva da Tesla foi de 51% no ano passado, mas apenas 5% no terceiro trimestre deste ano. A margem bruta automotiva caiu para 16,3% no trimestre, a menor em mais de quatro anos.