O dólar comercial encostou nesta terça-feira (16) em R$ 5,27 e encerrou o dia em alta de 1,64%, a R$ 5,2697, a maior cotação desde 23 de março do ano passado.
De acordo com analistas, a perspectiva de juros altos por mais tempo nos Estados Unidos, a preocupação com o equilíbrio fiscal no brasil, e as tensões no Oriente Médio, podem explicar o aumento.
Ontem, o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, afirmou que a taxa básica de juros do país — hoje no patamar entre 5,25% e 5,50% ao ano — vai permanecer alta por mais tempo.
Real entre as maiores perdas
Globalmente, o desempenho do real só não foi pior que o do peso mexicano e da rúpia indonésia.
Em Washington, para a reunião de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, admitiu que a alta do dólar no Brasil também decorre, em parte, de uma turbulência causada pela divulgação de uma nova previsão para a meta fiscal. Na segunda-feira, o governo informou que, em vez de superávit de 0,5% do PIB, em 2025 a meta será déficit zero.
O ministro afirmou que a nova meta é realista e embute um aprendizado do governo nos últimos meses. E ressaltou que essa meta está em linha com o objetivo de longo prazo de estabilizar a dívida pública.