O Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) detectou na última semana uma tentativa de fraude de R$ 9 milhões no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi), usado para movimentação de dinheiro pelo governo federal.
Segundo técnicos a par das investigações, a transferência, via Pix, não foi realizada porque o próprio sistema emitiu sinal de alerta e a operação foi bloqueada.
No início do mês, dia 5 de abril, houve um ataque ao Siafi, que resultou no desvio de R$ 3,5 milhões para contas de uma empresa em três bancos. A operação também foi por Pix. O governo rastreou a operação e conseguiu recuperar R$ 2 milhões e ainda corre atrás do prejuízo de R$ 1,5 milhão. Há suspeita de que este valor tenha sido transferido para conta fora do país.
Entenda o golpe
O sistema de pagamento da União tem duas figuras chaves: o ordenador de despesa, que autoriza o crédito; e o gestor financeiro, que efetua a operação. O esquema envolveu essas duas funções.
Ao acessar o sistema, os fraudadores aproveitavam contratos de prestadores de serviços existentes e alteravam a conta do credor para outras empresas. O governo já identificou os donos das senhas dos servidores que foram utilizadas para acesso ao sistema. Ao todo foram 16 senhas.
Ainda está em apuração se esses servidores agiram com má fé ou se foram vítimas de golpe. A avaliação preliminar é que os invasores tinham conhecimento do sistema, alguém que já trabalhou diretamente ou ainda trabalha com pagamentos do governo federal.
Os criminosos tentaram desviar recursos de ao menos três órgãos: Ministério da Gestão, Câmara dos Deputados e Tribunal Superior Eleitoral (TSE).