As ações da Sabesp que o governo estadual ofereceu no varejo teve forte fluxo de interessados. As reservas para compra das ações ficaram próximas a R$ 120 bilhões em volume financeiro.
Mas como haverá rateio dos papéis oferecidos a fundos de investimento, muitas gestoras ofereceram valores mais altos para tentar garantir uma fatia maior de papéis da Sabesp para seus fundos na divisão. Isso faz com que a cifra das reservas fique “inchada”. O valor real dos interessados ficaria entre R$ 20 bilhões, podendo chegar a R$ 30 bilhões.
Outro fator que atraiu a atenção dos investidores é o fato de a Equatorial, única candidata a acionista de referência, ser uma empresa especializada em utilities (empresas provedoras de serviço no ramo de gás, energia elétrica e água).
O prazo de compra para quem se interessou pelos papéis terminou hoje. Na próxima quinta-feira será feita a precificação das ações e, no dia 22, a oferta será liquidada. A Equatorial ofereceu R$ 67 por ação para ficar com 15% do lote a ser privatizado, o equivalente a R$ 6,8 bilhões. O acionista de referência deve ficar com as ações por cinco anos, segundo o edital.
Já os investidores de varejo puderam ofertar valores menores que o da Equatorial, mas segundo operadores, com alta demanda pelos papéis, o preço deve ficar mesmo em R$ 67 por ação, que acabou sendo o teto da operação. Os papéis fecharam cotados a R$ 81,67, queda de 1,78%, preço que representa uma valorização de 21,9% em relação ao que foi oferecido pela Equatorial por ação.
Negócio de R$ 15 bilhões
A operação de privatização da Sabesp deverá movimentar quase R$ 15 bilhões, e o Estado de São Paulo ficará ainda com 18% da empresa. Os papéis da companhia têm subido desde o ano passado diante da perspectiva de que a companhia receba investimentos privados e atinja as metas de universalização dos serviços já em 2029, antes de 2033.
Na semana passada, a ação atingiu seu valor histórico de alta ao ser negociada a R$ 84,87. Em 12 meses, a valorização é de 52,43% e, no ano, o ganho é de 10,28%. Em 12 meses, o Ibovespa subiu 9,86%, mas se desvaloriza 3,6% no ano.