Magazine Luiza e AliExpress já têm produtos à venda nas plataformas digitais uma da outra. A parceria entre a gigante chinesa de e-commerce do Grupo Alibaba e a varejista brasileira foi anunciada no fim de junho. O acordo tem termos inéditos para os dois grupos. O Magazine Luiza será vendedora no marketplace de outra empresa pela primeira vez, assim como a AliExpress estreia no uso de outra plataforma para comercializar seus produtos.
O objetivo é ajudar o Magalu a impulsionar sua atuação no chamado cross-boarder, a venda de produtos internacionais, e principalmente trazendo vendas adicionais após um segundo trimestre de avanço fraco nesse segmento para a companhia. Já a chinesa agrega categorias como brinquedos, celulares, eletrodomésticos e livros, valendo destaque para essas duas últimas, não vendidas anteriormente.
Vendas online sobem só 1%
No segundo trimestre deste ano, o Magalu teve um lucro de R$ 23,6 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 301,7 milhões registrado em igual período de 2023. As vendas da varejista entre abril e junho subiram 4,5%, para R$ 15,38 bilhões. O crescimento nas lojas físicas foi de 14,2%, enquanto o do e-commerce em 1%.
A parceria entre AliExpress e Magazine Luiza, que levou ao menos sete meses sendo negociada, foi anunciada na sequência à aprovação pelo Congresso Nacional, em junho, da taxação em 20% de compras internacionais de até US$ 50 feitas em plataformas de e-commerce que integram o Remessa Conforme, o programa de conformidade fiscal da Receita Federal.
Antes, itens até esse limite estavam isentos de taxação. A mudança passou a vigorar em agosto. Sobre compras acima de US$ 50 incide a alíquota de 60% de Imposto de Importação. Ao divulgar a parceria, Frederico Trajano, CEO do Magazine Luiza, frisou que essa nova forma de tributação trouxe isonomia entre varejistas nacionais e estrangeiras, abrindo espaço para o acordo.